É errado o cristão comerciante vender bebidas alcólicas?

No Brasil, vender cerveja, principalmente em época de verão, é um negócio de retorno praticamente garantido. O calor de rachar num país de clima tropical, a força da mídia indicando-a como solução refrescante, e o convite dos amigos ao bar da esquina, faz a cerveja vender, e muito! Em uma das igrejas de nossa convenção há um irmão, o Valquer, que é proprietário de uma lanchonete razoavelmente grande e bem localizada. O irmão Valquer, por ter esse comércio, é super-criticado por muitos irmãos. Motivo? Ele vende cerveja na lanchonete, bebida que para nós, cristãos, faz parte apenas do nosso testemunho do passado. Parando de vender a loira gelada, seu lucro cai em 70%, um prejuízo apocalíptico para qualquer comerciante.

No começo ele realmente não vendia. Pregava contra. Achava errado. Queria que a lanchonete fosse só evangélica. Quase fechou. Atolado até o gogó de dívidas, às vésperas do verão, Valquer colocou na porta da lanchonete uma placa que foi a salvação: Temos Cerveja. Cartazes da redondinha, da número um e da mais vendida no Brasil, dentre outras, fizeram o irmão emergir da falência do comércio a saldar todas as dívidas e retornar a uma vida mais estabilizada. Sua lanchonete fica a um quarteirão da praia, o que faz o movimento ser, digamos, "abençoado" no verão. Valquer é um dos que mais compram cerveja no caminhão da distribuidora de bebidas. No caminhão da distribuidora trabalha um presbítero da igreja, o Sérgio. Mas por incrível que pareça, o Sérgio (que faz a mesma coisa que o Valquer - vende bebidas - só que no caminhão), não é criticado. O Valquer, por ter a lanchonete, é apontado não só por uma maioria de cristãos, como já foi chamado as conversas pelo pastor.

Qual a diferença entre o irmão Valquer e o irmão Sérgio? Ambos não vendem bebidas alcólicas? Não ganham o sustento para suas famílias do suor de seu trabalho? Qual a diferença do pecado entre um e outro? O que o irmão Valquer respondeu fez seu pastor pensar melhor e não excluí-lo da comunhão com a igreja: "-Se eu não vender cerveja na minha lanchonete, as pessoas simplesmente se dirigem a outra, compram, e bebem do mesmo jeito. E eu só fico no prejuízo. Eu sou dono de uma lanchonete e não de uma birosca, um bar, um boteco de cachaça".

Se o fato do irmão Valquer vender bebida alcólica é pecado, como fica a vida do irmão Moacir que é garçom? O irmão Moacir é um garçom profissional que trabalha no restaurante de um hotel de grande movimento o ano inteiro. A situaçào dele parece ser ainda pior. Ele tem mesmo, a pedido da casa, que estimular o freguês a consumir uma beer: "-Temos uma cerveja bem geladinha aí, vai...?" O irmão Moacir é uma bênção! Quem o conhece, sabe. Homem de oração, humilde, sincero. Arranha um portunhol e um ingrêis que garante umas gorjetas boas dos gringos para o sustento dos filhos. Estará ele em pecado?! E se ele disser ao patrão: "-Bebida alcólica eu não sirvo..." ?  No mínimo será despedido! Quem irá sustentar sua família??

Este artigo não se propõe a criar desculpas para justificar o pecado, mas destacar a realidade de irmãos que sobrevivem, em todo o Brasil, do turismo na alta temporada. Realmente a bebida alcólica não tem feito muito bem a quem exagera, mergulha no vício. Mas o objetivo de quem trabalha não é esse! E quem trabalha ou é dono de farmácia, e vende camisinhas? Estará estimulando a prostituição, o sexo fora do casamento?? Ao meu ver, tanto o dono da lanchonete, como o vendedor do caminhão de bebidas e o garçom, ou o dono da farmácia, a posição é a mesma: apenas revendem o produto. Se revender cerveja é pecado, então quem revende bíblias tem salvação garantida? E como fica o irmão que é pedreiro? Trabalhando em uma construção, para ganhar o sustento de sua família, o local pode ser destinado a uma casa de prostituição. Como fica? Ele recusará o trabalho??

É difícil encontrar tanta santidade em quem se preocupa em apedrejar o próximo. Há cristãos que não vendem bebidas, mas em seu trabalho mentem, sonegam impostos, ludibriam o cliente dizendo que "o produto é muito bom", etc. Pecados muito piores do que simplesmente revender um produto que está dentro das normas da lei. Será que quem critica esses irmãos estão seguindo todas as normas da honestidade, como "santos" ao Senhor?? Que os fatos falem por si mesmos.

"Amados, se o nosso coração não nos condena,
temos confiança para com Deus".
(1º João 3:21)

Quer entender mais sobre as testemunhas-de-jeová? Abaixo, excelentes links para pesquisa e estudos.


TUDO SOBRE AS TESTEMUNHAS-DE-JEOVÁ:

http://indicetj.com/indice-a-z.htm

http://refutandoastestemunhasdejeova.blogspot.com.br

http://extestemunhasdejeova.blogspot.com.br

http://testemunha.orgfree.com

http://osarsif.blogspot.com

http://www.testemunha.com.br

http://osentinela.br.tripod.com

http://elderspov.tripod.com

PROFECIA PARA O FIM DO MUNDO EM 1975:


A Sentinela, 15 de fevereiro de 1969, pág. 110.


DOCUMENTÁRIOS NO YOUTUBE - TUDO SOBRE TESTEM. DE JEOVÁ:

http://www.youtube.com/user/EXTESTEMUNHAS1

http://www.youtube.com/user/Publicador1205

http://www.youtube.com/user/ObservadorTJ

http://www.youtube.com/user/ZionsWatchTower
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VEJA ABAIXO UMA PARTE DA ENTREVISTA COM 
UM EX-ANCIÃO DAS TESTEMUNHAS-DE-JEOVÁ:


Defesa da Fé – De todas as gafes históricas, qual a que mais incomoda as Testemunhas de Jeová?

William – Eu poderia chamar de grande gafe histórica a mudança relacionada com a “geração de 1914”. Durante muitas décadas, livros e revistas afirmaram taxativamente que o fim do mundo viria antes de a geração dos que viveram em 1914 morressem. Em 1995, tiveram de abolir este ensino. Alguns anciãos chegaram a comentar isso comigo. Foi como se o fim do mundo tivesse sido adiado. Os adeptos que esperavam não morrer ficaram muito decepcionados. Como se trata de algo recente, mencionar esse fato é um grande incômodo para elas.

ENTREVISTA EM: http://www.icp.com.br/entrevista67.asp


Postado no Youtube por: Publicador1205


O sexo oral, entre casados, é pecado???

Quero deixar bem claro aos amados irmãos em Cristo que, como pastor pentecostal, jamais serei a favor de liberalismos e libertinagens que existem no meio dos que se dizem evangélicos, mas que vivem fazendo o que querem. Estes, não tem compromisso com a Seara, e com suas rebeldias desenfreadas, vivem em trevas, sem o conhecimento de Deus. O artigo abaixo destina-se a casais realmente casados, que buscam o esclarecimento de dúvidas em suas intimidades sexuais, e encontram-se turbados por ouvirem aqui e ali pregações de "...é proibido isso..."..."...é proibido aquilo...", sem nenhuma base bíblica que possa ao menos nos dar uma segurança do que somos restringidos.
    
A inclinação da carne é morte. Referindo-se aos frutos da carne que estão em Gálatas 5:19-21: "Ora, as obras da carne são manifestas, as quais são: a prostituição, a impureza, a lascívia, a idolatria, a feitiçaria, as inimizades, as contendas, os ciúmes, as iras, as facções, as dissensões, os partidos, as invejas, as bebedices, as orgias, e coisas semelhantes a estas, contra as quais vos previno, como já antes vos preveni, que os que tais coisas praticam não herdarão o reino de Deus". Nada tem a ver com o relacionamento sexual de um casal. Ou iremos todos aderir ao celibato dos padres, para não cumprirmos as "vontades da carne"??? 

O sexo oral tem sido, por alguns cristãos, abominado como um pecado mortal. Mas porque? Qual a base bíblica para tal proibição?? Estaríamos diante de uma real santificação, ou de um extremo fanatismo que enxerga as formas de carícias como pornografia e "pecado"?

A pornografia tem deturpado o verdadeiro significado do sexo, a verdadeira imagem de uma relação sexual sadia. Quando falamos em sexo oral, a primeira coisa que vem a mente da maioria das pessoas são as imagens repugnantes já vistas em revistas ou filmes pornográficas. É certo que não iremos, em nome da liberdade, fazermos "de tudo", mas se mantivermos o sexo numa relação de eterna monotonia, sem suas carícias, cairemos numa terrível decepção e frustração, achando que servimos a um Deus que "proíbe tudo", até mesmo depois de estarmos casados. 

Quem ama a sua esposa, ou esposo, acha nela ou nele a sua beleza, e jamais sentirá condenação em colocar a boca em qualquer parte do seu corpo, pois os dois já são uma só carne! Se não há base bíblica para proibir o sexo oral, isso não se oriunda de falsos moralismos, hipocrisia de pessoas que não conhecem a bíblia, dos achismos pentecostais que criam, sob línguas estranhas (algumas muito estranhas mesmo), falsas revelações, que ao invés de promoverem edificação só trazem confusões e intrigas?! 

"Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência, proibindo o casamento e ordenando a abstinência dos manjares que Deus criou para os fiéis e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças". (1º Timóteo 4:2,3) 

Uma das desculpas dos que acham o sexo oral um pecado, é que a "sua boca é para louvor e adoração ao Senhor", e não para "essas coisas". Se a boca é somente para orar, louvar e pregar, não vai se alimentar mais? Realmente os nossos lábios são mesmo para louvor e adoração ao Senhor, assim como todo o nosso corpo é templo do Espírito Santo. 

Se sexo oral é pecado, e a bíblia não menciona, o que dizer do beijo na boca? A bíblia também não menciona! É pecado?? Se essas pessoas alegam que a boca é para louvor e adoração, eles beijam a esposa na boca? Porque?? Porque é permitido o beijo na boca (uma forma de carinho que não deixa de excitar, dependendo da ocasião) e não é permitido o sexo oral?!

Se a boca é para pregar, orar e glorificar, e as MÃOS? Não são utilizadas para ungir? Para impor as mãos sobre os enfermos? Para orar pelos irmãos? A esposa não pode mais ser acariciada? A esposa não vai mais acariciar o seu esposo?? Vão fazer sexo como dois animais? Só encostam e pronto?

É difícil entender algumas proibições de alguns irmãos, que, movidos pela emoção de "santificarem" tudo, criam heresias e achismos, frutos da falta de conhecimento bíblico, muitas vezes movidos mesmo por invejas, ciúmes, pelo velho "ouvi dizer", e etc. Ao fim de tudo, a vida cristã vai se tornando um "fardo pesado" onde "não pode isso", "não pode aquilo", sem nenhum mover de Deus, e somente proibições, censuras, que criam mais apostasia, do que o crescimento do Reino de Deus. 

Ao invés de pregarem o Evangelho (ordem do Senhor Jesus: "Ide por todo o mundo, e pregai o evangelho a toda criatura". Marcos 16:15) querem pregar outro evangelho. Um evangelho cheio de legalismos, onde se vê sexo como pecado e coisa suja. Esse não é o evangelho do Senhor Jesus Cristo. O Evangelho do Senhor Jesus Cristo é aquele em que as pessoas são livres, e são tocadas por Deus, e não pelo homem, para abandonar práticas que considerem pecado. E com base nas Escrituras.  

Quem melhor para nos mostrar gestos de carícias, do que Salomão, em Cantares, quando ele coloca vinho no umbigo de sua amada, o vinho escorre, e ele o bebe! Com certeza o vinho escorreu pela parte íntima dela. Mas como foi dito, sendo em formas de carícias, e não de libertinagem! Não podemos deixar de satisfazer a mulher, da mesma forma que ela nos satisfaz. O casal é uma só carne!


 “Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, é soberbo, e nada sabe”. (1º Timóteo 6:3)

"Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais tem, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum senão para a satisfação da carne". (Colossenses 2: 20-23)

"Fugi dos escribas, que gostam de andar com vestes compridas" (Marcos 12:38)

Denis de Oliveira é pastor da Assembleia de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.

Como não olhar para "as coisas deste mundo".


Nestes poucos 29 anos que tenho de evangélico, costumo observar o comportamento cristão, focado principalmente em nosso amado povo evangélico, não somente como um crítico, mas numa avaliação para o meu próprio crescimento. Peço ao Senhor, em minhas orações, que o que escrevo sirva em primeiro lugar para me fazer aprender mais, me fazer exercitar, como Paulo diz, no "exercício da salvação". Por vezes somos pegos por pensamentos em que "cobramos" de Deus algum castigo para tamanho 'pecado' da sociedade moderna. Nos esquecemos da liberdade de escolha que o Criador deu a estas pessoas, assim como nós usamos dela antes de conhecermos o caminho da salvação. Muitos dos nossos irmãos, que outrora também eram parte do "mundanismo", apregoam o desejo de um castigo terrível sobre os que não querem nada com a igreja. E de tanto ouvirmos este tipo de pregação, aprendemos um evangelho punitivo, de um Deus que está pronto a castigar mediante qualquer erro que passe diante dos seus olhos. Não toleramos o pecado alheio, ao mesmo tempo que requeremos uma profunda compreensão referente aos nossos pecados. Quanto aos pecados das outras pessoas, pensamos ser os "fiscais" de Deus.

Como assistimos a todo momento transgressões terríveis no mundo, nos frustramos por não vermos um castigo imediato sobre os transgressores, como são relatados nas pregações em nossas igrejas. Até pecamos no pensamento, em cobrar do Senhor uma "mão pesada" sobre os inimigos da obra de Deus. Muitos chegam mesmo a amaldiçoar, desejando que algo de bem ruim venha a ocorrer na vida de algum desafeto. Não há, em seu coração, algum estímulo pela misericórdia, perdão, compreensão, para o pecador, como se este fosse o seu filho. Sempre que as acusações são dirigidas para as outras pessoas, há uma enorme facilidade em conclusões e condenações nos fatos que ouvimos alguém dizer. Quando acusações são sobre algum de nossos ente-queridos, ou alguém que prezamos, tentamos a todo custo explicar que "não foi bem assim".

Não é de hoje que a religiosidade desvia o foco do perdão, da redenção, para uma rigorosa cobrança por santidade. São tantos sermões com cobranças sobre como o cristão deve "andar", que se cria um estereótipo de crente verdadeiro, longe das "coisas do mundo", e que repudia a todo comportamento que não venha a se adequar aos dogmas que, na visão legalista, evidenciam a "santidade". Cada um cria em sua mente a imagem de um super-crente que vence a tudo e a todo tipo de inimigo, que não respeita a nenhuma outra opinião, e que os outros não sabem nada do que ele sabe sobre santidade, e começa a se espelhar nesta imagem. E inicia esta jornada pela pior parte: criticando, condenando, e se dirigindo aos outros com arrogância, sentindo-se na posição de um ícone da pureza cristã. Nem o Senhor Jesus se colocou em tal posição diante da mulher adúltera que seria morta a pedradas em João 8. Um pouco mais de conhecimento bíblico para perceber que seu comportamento é fruto apenas de uma imaturidade cristã.

Todos os dias inúmeras igrejas, com diferentes nomes, são inauguradas, afirmando serem os "resgatadores" da verdadeira sã doutrina, perdida na denominação de onde saíram. Para estes, fundadores de uma igreja "mais pura", as outras igrejas estão afundadas no "esgoto do mundanismo", mas que, segundo eles, Deus os levantou para mostrarem a todos nós como o crente deve ser. Um raciocínio pífio, infantil, que, quando não é orquestrado por algum espertalhão, mau caráter, com certeza é fundado por alguém que leva meia hora para conseguir ler um versículo, não sabe e nunca soube o que é um estudo bíblico, porque para ele estas coisas são "a letra que mata". (Detalhe: a letra da Palavra de Deus não pode "matar" ninguém. Paulo se referia, em 2º Coríntios 3:6, a letra da lei). O próprio Jesus advertiu: "Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam". (João 5:39)Os cultos neste lugares, tem muito pouco conteúdo na Palavra, e são seguidos de gritarias e advertências de que há um "mistério ali no meio da igreja". Com isso, se alguém duvidar da autenticidade do culto, logo a intimidação causa temor, pois é proibido pensar. Uma tática antiga, mas que funciona e manipula os incautos.

O mais engraçado é que quando um pastor toma uma posição CONTRA os usos e costumes de algumas denominações, qualquer falha dele o condena como um todo! Não há alívio. Não é exemplo de vida e acabou. Agora, os pastores, que são radicais, estes podem mentir, fazer fofoca, cair em adultério, comprar e não pagar, passar cheques sem fundos, enfim, fazer um monte de sujeiras, e quando se fala deles, aparece um pra dizer: "-Não fale isso, irmão...o homem é falho...não olhe para o homem (o pastor)...olhe para Jesus". Ora, porque usar de uma argumentação, num claro intuito de se defender uma determinada pessoa (o legalista), e este mesmo argumento não pode servir para o não-legalista? E outra: este conselho de "não olhar" para o "homem" é uma falácia para não se questionar os deslizes da liderança. Ou do contrário, se é para se olhar somente para Jesuso que ele faz ali como pastor?? O mesmo conselho alguns destes líderes parecem não seguir, quando se desligam de seus ministérios e fundam uma nova igreja. E em suas reuniões internas, as portas fechadas, eles não pensam em "não olhar para o ser humano". Descem a lenha, punem, excluem, quem ousar atrapalhar os seus interesses.

Um dos grandes problemas do pensamento legalista, é que não há, na visão que lhes foi passada sobre santidade, um meio termo no que diz respeito a decência. É o raciocínio radical do "ou é 8 ou é 80". Ou a mulher usa a saia, ou é prostituta. Nunca lhes serve de exemplo uma calça-comprida decente, como visto nas irmãs de igrejas que não não pregam "doutrinas" de usos e costumes. Alguns chegam a dizer que jamais visitariam as igrejas onde "todo mundo anda pelado". Esta é uma afirmação com um grau enorme de estupidez, pois podemos visitar inúmeras igrejas evangélicas que não são rigorosas quanto as vestes, e nem por isso os membros andam "pelados". Em nossa igreja, pessoas abandonam vícios, de lugares ou atitudes, sem precisar estar proibindo, com o risco de disciplina, suspensão, exclusão. E vemos estas pessoas sendo transformadas, libertas, e se tornarem uma bênção.

Quando uma liderança investe num posicionamento radical, no que diz respeito a santidade nas vestes, muitas vezes ela não tem noção de como isso é levado a sério pela membresia. As pregações contra o mundanismo alimentam a ideia de que o pastor e o ministério são radicalmente contra a quem não se adapta aos seus usos e costumes, que são, na visão deles, o referencial da santidade do cristão verdadeiro. Em alguns sermões, reuniões para novos-convertidos, e "cultos de doutrina", o pastor ou instrutor insiste em deixar claro que o crente deve ser "diferente". Esta diferença, porém, não trata do caráter, virtudes, bom comportamento, lealdade na palavra, mas da exteriorização da santidade. É a imensa força que algumas igrejas fazem para converter as pessoas de fora para dentro. Se esta diferença pregada por muitos destes estivessem nos âmbitos da decência, e fugindo do que a moda contemporânea impõe pela mídia, poderia ser melhor entendido como uma posição da igreja fora dos padrões realmente mundanos, e que devemos mesmo apregoar a santificação para aqueles que querem se santificar. Mas vai muito além disso. São regras e posicionamentos impostos, e visto até como uma "libertação". É a demonização da mulher que usa uma calça-comprida (mesmo que seja mais decente que algumas saias e vestidos justas no corpo), que usar uma maquiagem leve, brincos, ou o homem usar bermuda e camiseta. 

Toda essa credibilidade da igreja na postura radical do líder cai por terra, quando o pastor recepciona pessoas que são tidas como importantes na sociedade, figuras na política, esposa de políticos, e estas são recebidas em cima de seus púlpitos, e mesmos que elas não estejam dentro da "doutrina" da igreja, o pastor as abraça, e ainda as chama de "bênçãos" que Deus enviou ali. Uma bajulação no intuito de manterem a simpatia e o bom relacionamento com as pessoas de valor deste mundo. Com esta atitude, a indignação e revolta toma conta de muitos membros e obreiros, e a chamada "murmuração" (nome dado por alguns líderes aos questionamentos) assola a congregação. O líder se vê em "patas de aranha" para explicar o deslize de colocar uma mulher de calça no púlpito, esposa de algum deputado, prefeito, ou vereador, se ele mesmo prega que todas as outras mulheres que usam calça estão endemoniadas, possessas pelo espírito da sensualidade, e precisam ser "libertas". 

Respeito a todas as igrejas que mantém suas normas, seus estatutos internos. Tenho inúmeros amigos pastores em muitas destas igrejas, e eles gostam de dialogar comigo, porque debato assuntos e não pessoas. Não apelo para acusações pessoais no intuito de ganhar discussão, ou querer ser melhor que os outros. Meu posicionamento é sincero, e meu diálogo é centrado na Palavra de Deus. No fim da conversa até estes pastores amigos admitem que precisa haver um equilíbrio em cobranças por "santidade nas vestes" para não adentrar o caminho do fanatismo. Alguns chegam até admitir que nada disso tem ligação com santidade, mas que tem o receio de duas coisas: 1 - Perder do rol de membros os mais antigos; 2 - Perder os jovens do controle, e estes irem para outras igrejas. Tudo isso poderia ser resolvido, com muito estudo bíblico e amor sincero no corpo da igreja. E mesmo que alguns antigos viessem a se desligar alegando "falta de doutrina", perde-se por ano muito mais ovelhas por demagogia e hipocrisia por parte destes próprios radicais. 

E uma característica que só é percebida por pesquisadores neste tipo de igreja, é que muitas proibições tornam-se obsoletas a cada 20 anos. Uma enorme lista de "podes" e "não-podes" são esquecidas e junto com elas também são esquecidas o número de pessoas que foram advertidas, humilhadas em público, exortadas, suspensas, excluídas, por dogmas que hoje não fazem parte de nenhuma igreja, por mais severa que seja. Algumas igrejas proibiam usar shampoo; perfume; sabonete; beber refrigerantes; usar sandálias; mascar chiclete; comer pimenta; ir a alguma festa de aniversário de um não-crente (mesmo que fosse seu familiar); usar somente roupa social e camisas com mangas fechadas nos pulsos; uso obrigatório do chapéu ao homem, chegando a suspensão e exclusão em caso de desobediência. E hoje, nenhuma destas proibições vigoram mais. Azar de quem quis ser crente naquela época, ao menos neste tipo de denominação religiosa. Um senhor, que está em nossa igreja, foi expulso da denominação que fazia parte, nos anos 1970, porque tinha em casa uma tv preto e branco. Na época o pastor e o ministério disse que ele queria ver "as coisas deste mundo". Nos anos 1980 a tal igreja de onde ele fora excluído liberou a televisão. O pastor comprou a sua tv - e colorida! Os vizinhos, e a cidade em geral, comentou: "Agora o pastor pode ver as coisas deste mundo. E a cores!!!"

Muitas igrejas já proibiram muitas coisas em nome da "santidade", o que só impediu de mais almas virem para o caminho de Cristo. Só atrapalhou a pescaria de almas. Só excluiu milhares e milhares de almas. O exclusivismo religioso é uma mancha terrível na história de muitas igrejas evangélicas, e algumas, até hoje, cometem o mesmo erro. Alguns chegam a afirmar: "-Ninguém é obrigado a ficar na igreja rígida...basta ir congregar em outra igreja". Não funciona assim com os filhos que são jovens e adolescentes. Os filhos dos crentes que são membros destas denominações, não podem atender aos convites de passeio da escola, encontrar com os amigos na praia, ou em algum outro lugar de lazer, pois estariam fazendo "a vontade do demônio". E não podem, muito menos, mudar de igreja, pois estão sob a tutela dos pais. Há alguns pais que chegam a conseguir, por meio de contatos, amigos, algum "atestado médico" para tirar os filhos das aulas de educação física da escola, e não ter que usar vestes mundanas. Ou seja: mentir não é pecado, com falsos atestados, mas usar bermuda e camiseta é um pecado terrível.

Uma pena muitas igrejas de décadas passadas terem proibido ter televisão em casa, numa época de poucos canais, e se tivesse apenas 5 minutos em algum, quantas e quantas almas não poderiam ser alcançadas?! E atualmente, com inúmeros canais, com tanta coisa pior que aquela época que passa, liberam assistir tv, e dão de ombro, como se nada tivesse acontecido, como se nunca tivessem proibido nada. É triste saber que ainda hoje algumas denominações ainda tem em suas igrejas normas que são apregoadas como regras de salvação, e que, ao se referirem as outras denominações evangélicas, usam adjetivações pejorativas, como "portas-largas", igrejas "mundanistas", do diabo, e que todos os outros irão para o inferno, e somente eles alcançarão o céu. Regras que daqui a 20 anos mudam, como o camaleão que muda de cor, e que serviram para aumentar disciplinas, exclusões e apostasia.

Antes de ser pastor fiquei por cinco anos em um ministério como missionário. Ajudei a organizar reuniões, evangelismo, campanhas, etc. Com o tempo percebi que a igreja fugiu aos antigos propósitos e transformou o púlpito em palanque político (nessa época aconteceu muito isso em várias igrejas) e resolvi me afastar por não concordar com aquilo. Na minha opinião igreja é lugar de se apregoar o evangelho. E quase todo culto acontecia o mesmo. Quando o pastor percebeu que eu iria sair do ministério, organizou uma reunião para solicitar aos ministros que espalhassem o boato (com familiares, amigos, ou quem perguntasse por mim) que eu estava "em pecado"Isso porque ele tinha o grande receio da minha saída resultasse na abertura de uma nova igreja, concorrendo com a dele. Isso foi o que ele fez quando saiu do ministério que fazia parte, e como o bom julgador por si mesmo julga os outros, tinha medo que eu fizesse o mesmo com ele. E a sua genial ideia foi espalhar que eu teria cometido algum grave pecado, uma suposta "queda", e por isso eu havia me afastado dos cultos. Uma atitude que é, no mínimo, mundana, leviana.

Um dos obreiros, um evangelista, se opôs a espalhar o tal boato a meu respeito, e interrogou ao pastor se havia realmente a certeza que eu havia caído em pecado. O pastor disse que não era assunto a ser questionado, mas apenas obedecido. Mais uns dois obreiros também discordaram e sugeriram ao pastor uma reunião com a minha presença para se ter certeza do que havia acontecido comigo. Rapidamente o pastor optou aos obreiros "esquecerem aquilo". Mas deixou a ordem de não me colocarem para pregar em nenhuma das congregações.

Não estava mais em meus planos visitar nenhuma das igrejas deste ministério, assim como não tinha projetos de abrir igreja, muito menos próximo a dele. E nem de ficar "pescando em aquário dos outros", seu maior medo. As vezes fico sem entender como alguns pastores, pessoas que já tiveram grandes experiências, receberam bênçãos, sabem do que Deus pode fazer  quando oramos e cremos, e agem de má fé, caluniam, são mentirosos, tem atitudes mundanas, em que muitas vezes um incrédulo seria mais honesto e ético do que ele. Lamentável.

A bíblia nos orienta que a árvore se conhece pelos seus frutos, e não pelas suas folhas. Aparentemente uma pessoa pode estar bem vestida, mas o seu coração só Deus conhece. Assim algumas igrejas rígidas, com doutrinas rigorosas de roupas, consagram diariamente inúmeras pessoas a cargos eclesiásticos, que se vestem socialmente, obedecem as normas da igreja, mas são pessoas despreparadas, imaturas, sem nenhuma experiência, expressam suas frustrações todas no altar, aos berros no microfone da igreja, apregoam a moral e bons costumes, mas cheios de inveja, disputa de obreiros, etc. Não são todas as igrejas rígidas que agem assim. Há muitas igrejas sérias e muitos pastores íntegros. Porém, vivemos em uma época em que muitas igrejas precisam ser evangelizadas!

"O homem de Belial, o homem vicioso, anda em perversidade de boca. Acena com os 
olhos, fala com os pés, faz sinais com os dedos. Perversidade há no seu coração; 
todo o tempo maquina mal; anda semeando contendas"(Provérbios 6:12-14)

Denis de Oliveira é Pastor da Assembleia de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.