Mente vazia é oficina do pastor.

Antes de criticar, de escrever a sua opinião, por favor leia o artigo até o final. E quando opinar, não escreva ataques pessoais, mas refute dentro do assunto. Mesmo que você não concorde comigo, eu não censuro os comentários, como você pode conferir nos outros artigos. Escrevo isso logo de início porque algumas pessoas, que tenho certeza que não leram todo o artigo, escrevem coisas absurdas, como: "O sr é contra os pastores?", "O sr prega a desobediência?", e outras afirmações ridículas, que só aumentam a minha certeza de que, quando realmente nos aprofundamos na Palavra de Deus, nos libertamos do religiosismo hipócrita que muitas pessoas vivem. 

Não nos tornamos rebeldes e nem insubmissos, mas obedientes ao pastor sob a luz das Sagradas Escrituras. Porque até a sua obediência tem que estar respaldada na Palavra de Deus. Os cristãos de Beréia, em Atos 17:11, são um exemplo deste comportamento vigilante. Antes de dizerem "amém" a tudo que Paulo e Silas pregavam, eles conferiam com as Escrituras, e depois concordavam. E a bíblia nos diz que eles foram mais nobres que os de Tessalônica! Isso mesmo! Porque receberam a palavra, diferente dos que eram de Tessalônica. Veja:

"Ora, estes foram mais nobres do que os que estavam em Tessalônica, porque de bom grado receberam a palavra, examinando cada dia nas Escrituras se estas coisas eram assim". (Atos 17:11)

Imagine se eu fosse "contra os pastores", como alguns pensam. Ora, eu também sou pastor! Como eu pregaria algo contra mim?! Por isso, quem escreve um absurdo deste, não leu, ou nunca foi atencioso com os textos que escrevo. Evito inclusive usar palavras difíceis, para democratizar a compreensão, sejam os leitores irmãos de formação superior, ou os que apenas aprenderam a ler e escrever. Por isso o meu site tem um número imenso de visitas, e, óbvio, torna-se um incômodo para os que controlam a membresia da igreja sob pretexto de "santidade" e "submissão pastoral". 

O título do artigo chama a atenção, pois popularmente se diz que "mente vazia é oficina do diabo". Não tenho o propósito de comparar a figura do pastor com o diabo. Por mais que um líder tenha defeitos, o pastor verdadeiro, que tem compromisso com Deus, sofre muita perseguição. Quem tem experiência sabe do que estou falando. Não escrevo isso com intuito de não parecer tão crítico no texto. Tenho muitos amigos pastores que concordam com o que escrevo. 

Agora pergunto ao amado leitor: Será somente o diabo que faz da mente humana uma "oficina" quando esta se encontra "vazia"? Porque se eu atribuo ao diabo toda sorte de males, então no dia do Juízo Final será somente o inimigo de nossas almas que prestará contas?! Ninguém fez nada? Ninguém tem culpa?? 

O profeta Jeremias não inocenta os que dispersam as ovelhas do Senhor. "Ai dos pastores que dispersam as minhas ovelhas". (Jeremias 23:1) Em outro artigo deixei claro que a obediência cega é fruto de manipulações humanas, com pouco ensino bíblico, característico na maioria das seitas diabólicas. O líder é visto como um ser muito superior, um escolhido especial, e o que ele falar é "Deus falando", independente de estar ou não de acordo com as Escrituras Sagradas.

“Mas ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema”. (Gálatas 1:8)

No versículo acima citado, o apóstolo Paulo, em sua carta aos gálatas, adverte que, ainda que ELE MESMO, ou até um anjo do céu, viesse para pregar um "outro evangelho", que seja anátema - expulso do vosso meio. Ou seja, Paulo não atribui nem a ele uma obediência cega, sem base no Evangelho de Cristo. O sujeito pregou, seja quem for (lembre-se: até um anjo do céu) e está fora das Escrituras, você já não lhe deve nenhuma obediência! O que acontece em alguns círculos religiosos é que o líder pula, sapateia, fala línguas estranhas, faz muito barulho, e o povo logo acha que este homem é "Deus puro" falando, que ele está acima de qualquer suspeita. 

O que todo cristão deveria entender é que, mesmo que um pastor, pregador ou profeta, entregue mil revelações, e todas elas se cumpram; mesmo que ele ore e vários mortos ressuscitem na mesma hora, ainda assim ele não deixará de ser um homem, falho, com defeitos, errante, capaz de cometer pecados gravíssimos, como qualquer outro ser humano. Mas essa associação é difícil, principalmente quando o líder é do estilo "fogo puro". E pregar isso que eu escrevo é praticamente um pecado para muitos, sob pena de "Deus pesar a mão" por estar cometendo o gravíssimo pecado de "tocar o ungido de Deus", no caso, o pastor. 

Quando eu ainda era apenas membro, ficava repreendendo os maus pensamentos, quando me vinham questionamentos sobre algumas burocracias da igreja. Chegava a suspeitar que o demônio controlava a minha mente com perguntas que eu não deveria fazer! Uma pena, mas é exatamente assim que milhares e milhares de cristãos pensam, quando suspeitam do líder estar em desacordo com a Palavra de Deus.

Existem crentes rebeldes e desobedientes? Com certeza que existem! Não querem compromisso com o Reino de Deus, e percebemos isso em pessoas complicadas, que não param em lugar nenhum. Ficam 3 meses em uma igreja, e logo acham "problemas", e o pastor já não presta. Muito diferente de um cristão fiel, que questiona algum posicionamento da liderança. Todo pastor que se preza sabe que ele nunca conseguirá 100% de unanimidade com todos os membros da congregação. Sempre há aqueles que discordam de alguma coisa. 

A própria Escritura nos relata um desacordo entre Paulo e Barnabé, relatado nas palavras bíblicas, uma "não pequena discussão" entre os dois. (Atos 15) Foi um para cada lado, mas nem por isso um deles deixou de ser homem de Deus! Perguntar, desejar um esclarecimento, discordar, não é e nunca foi pecado, desde que este não seja acompanhado de um sentimento de inveja, ódio e desejo de arrumar confusão. Ser um cristão obediente não é sinônimo de suicídio mental. O senso crítico sempre existirá, mesmo quando estamos cultuando, na presença de Deus, consagrando, jejuando, etc.

O raciocínio crítico só é intimidado em virtude das ameaças de púlpito, como, por exemplo, o pastor soltar, no meio de suas exortações, um alto e sonoro "E ai de quem se levantar contra esta obra!" Resumindo, em poucas palavras, ele quis dizer "ai de quem se levantar contra as decisões dele". Ora, quem, sendo cristão, vai se "levantar contra a obra de Deus"?? Quando alguém questiona a liderança eclesiástica, ela se dirige a postura e decisões humanas referentes à igreja no sentido da denominação religiosa, e não no sentido espiritual. 

O membro que discorda das decisões do pastor, nunca sofre castigo divino, mas sim, retaliações da liderança, sendo boicotado das oportunidades no microfone e outras atividades na igreja. Esta e outras formas de constranger as pessoas quase sempre são pregadas porque ele, o pastor, sabe que no íntimo qualquer ser humano em sã consciência se pergunta se não há algo de errado na administração do templo. Como ele tem um grande receio de que a dúvida de um desperte outros, e aglomere mais irmãos que questionem seus posicionamentos, ele rapidamente saca do bolso e solta estas pérolas de sua retórica manipuladora. 

O que surpreende é que muitos pastores não vivem esta pseudo-ingenuidade que eles tanto cobram dos membros. Todos as suas decisões, gastos e investimentos são calculados, bem longe das reuniões de orações. Locação ou compra de um imóvel, compra de veículo, etc, ele o faz desconfiando da própria sombra. Se você tentar, por exemplo, vender um carro ou um terreno a um pastor deste, o interrogatório que ele faz é tanto, que você desiste de fazer negócio. Ou seja, ele não tem nenhuma credibilidade no que você diz. De contrapartida, ele apregoa na igreja que você pode e deve confiar no pastor. Acredito até que devemos ter mesmo muito cuidado na hora de fazer negócios. Mas este tipo de líder não aceita que você duvide dele a metade do que ele suspeita de você. Ele é ele, e você é você!
Jim Jones: Teocracia humana
e suicídio coletivo.
Vou citar um exemplo, um fato extremo e de raro acontecimento no meio cristão, o caso do pastor Jim Jones. Em Jonestown, no ano de 1978, Jim Jones levou 900 pessoas que o seguiam a tomarem veneno, dizendo ser esta uma "ordem de Deus". E, infelizmente, todos eles obedeceram. Menos o pastor, claro, que logo depois foi morto. Todos os seus seguidores acreditaram que, cometendo aquele bárbaro suicídio coletivo, estariam fazendo a "vontade de Deus". Se você pensa que nunca iria obedecer a uma ordem como esta, é porque não conhece a forma como as pessoas são conduzidas a este tipo de atitude. Não foi de um dia para outro que ele ordenou o suicídio a estas quase mil pessoas. Imagine que no meio de tantos adeptos não haviam aqueles que duvidavam das ideias malucas do pastor Jim Jones. Com certeza que haviam! E muitas pessoas iniciam na religião duvidando de muita coisa. Mas com o tempo, a falácia nas reuniões, somadas as ameaças de castigo divino aos "incrédulos", aprisionam a mente humana de uma forma impressionante. Deixo claro ao amado leitor, que este exemplo é um dos raros casos de extremo fanatismo. Suicídios, anúncios de datas de fim de mundo, quando surgem no meio de uma denominação evangélica, esta já está muito distante dos ensinos da Palavra de Deus. Resolvi relatar este fato, não com o objetivo de denegrir a figura pastoral, mas de podermos refletir sobre como muitas outras coisas, mesmo que não tão graves como este, podem ser ensinadas e ordenadas erroneamente no seio da igreja. 

O fanatismo, a crença cega na teocracia humana, alcança um nível que, se você questionar, ou apenas duvidar do líder, e um dos adeptos for seu amigo, este se transformará em seu pior inimigo! A mente está dominada de uma forma quase irreversível. Tentar fazer uma pessoa assim a pensar de forma imparcial e crítica sobre a sua crença, igreja ou líder, é complicadíssimo, e gera uma discussão quase sem fim. 

A maioria destas pessoas receberam alguma bênção durante o culto (que veio de Deus, e não do homem) e o pastor, automaticamente, torna-se um ídolo. Este tipo de crente até prega que a 'glória' deve ser somente para Deus, mas defende o pastor a unhas e dentes. Daí a razão de dificilmente ele desconfiar do querido líder que lhe impôs as mãos, e ele foi curado, liberto, etc. Mesmo que chegue aos seus ouvidos que o pastor cometeu algum erro, para ele isso não passará de um pequeno deslize, sem nenhuma gravidade. 

Até o dia em que este deslize se confrontar com ele, ou uma "bomba" estourar, revelando adultérios e outros pecados ocultos do líder. Quando este membro, que tinha o pastor como o "santo homem de Deus", se decepciona, cai numa profunda depressão, apostata da fé, e dificilmente irá para alguma outra igreja. Torna-se um ateu sem assumir publicamente. A sua fé estava mais no homem do que em Deus.

Quando falo de "mente vazia", não me refiro a estar de férias, descansar um fim de semana, viajar, sem estar no ofício de seu trabalho. Há um enorme equívoco na interpretação desta ociosidade da mente humana. Me refiro ao crente que não gosta de meditar na Palavra de Deus, lê muito pouco a bíblia, que vive de 'caixinha de promessa', como se a Escritura fosse um mero sorteio de mensagens bíblicas. Seus pensamentos sobre o que é ser cristão variam entre achismos e pregações aleatórias que ele ouve aqui e ali. 

 Afirma que não gosta de teologia, mas a sua mente é impregnada de raciocínios humanos sobre o que é santificação, igreja, pecado, o que dá no mesmo, só que pior: andando na contramão das Sagradas Escrituras. Em alguns casos nem o pastor tem culpa do que determinados tipos de membros colocam na cabeça. Alguns criam uma fantasia espiritual, que ele tem um segredo ultra-secreto com Deus, que ninguém está capacitado a entender o "mistério" que Deus tem na vida dele. Nem o pastor! É tão "profundo" que nem ele entende. E nunca vai entender! 

Este é o típico desobediente, pois o pastor solicita que ele não falte a Escola Bíblica Dominical, ou reunião de estudo, e este crente quase nunca aparece. Equivocado e imaturo, sempre afirma que "a obra que Deus tem na vida dele é diferente", e conclui que não precisa aprender igual aos outros. Quase sempre faz isso espelhando-se em outros "meninos da fé", que se sentem estrelas pentecostais em vigílias e reuniões "de fogo", onde os glórias e aleluias funcionam como aplausos as frases de efeito, versículos isolados, jargões pentecostais, e outros devaneios explanados aos gritos no microfone.

Uma das coisas que me deixa indignado são pregações patéticas que tem, em seu conteúdo, terceiras intenções, no que diz respeito a "segurar" pessoas na igreja. Quando um determinado tipo de pastor percebe que não está sendo "obedecido" por um certo número de membros, sermões flamejantes (com uma suposta "revelação" adequada ao problema) são disparados do púlpito, do tipo: "A árvore vai balançar e os frutos podres vão cair...fiquem ligados, irmãos..."  Traduzindo: quem saiu, inconformado com as diretrizes do pastor, é porque era fruto podre, não prestava. Mas quem ficou, passivo aos caprichos do 'coronel', mesmo que discordando as escondidas, é fruto bom, porque permaneceu na igreja. Um sermão muito conveniente para quem gosta de controlar o povão. 

Me impressiona como alguns pastores chegam a dizer, em conversas particulares, que o povo precisa ser tratado com "dureza", ou do contrário não se submetem as ordens pastorais. Discordo completamente, como ainda tenho comigo o conselho do salmista, quando diz: "Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio; de outra forma não se sujeitarão". (Salmos 32:9) 

Muito ao contrário dos valores de alguns líderes contemporâneos, a Bíblia Sagrada nos ensina uma independência e liberdade em Cristo, para fazermos a obra de Deus sem estarmos debaixo do jugo do homem. Isso nos é claramente mostrado quando Jesus não se agregou a mercenários, denunciando os vendilhões do templo, cujo os únicos motivos de estarem ali era pelo dinheiro. Quando desmascarou os escribas fariseus hipócritas, que pensavam servir a Deus com suas vestes talares, e Jesus os chamou de sepulcros caiados. Se somos convidados pelo apóstolo Paulo a sermos "imitadores" de Cristo (1º Coríntios 11:1), então a nossa indignação contra aquilo que está errado não pode ser comparada ao pecado de rebeldia ou desobediência. Se pregamos contra o pecado para aqueles que são do mundo e não conhecem a verdade, muito mais para aqueles que a conhecem, não?!

Numa ocasião, quando eu ainda era missionário, fui convidado a pregar em uma igreja. Lá eu via muitas pessoas chegando, e o pastor observava a cada uma, sentado do púlpito. Num dado momento, chegou um visitante e estacionou o carro do outro lado da rua. Ele desceu do púlpito e foi correndo abraça-lo. Pensei se tratar de alguém que ele esperava, um parente. Mas não. Sequer o conhecia! Quando voltou, percebendo que fiquei olhando, ele falou ao pé do meu ouvido: "-Visitantes assim a gente tem que recepcionar bem...para voltarem sempre!" Mas e os outros? - pensei comigo. Aqueles inúmeros irmãos, que chegam a pé, não tem tanto valor quanto o irmão que chega balançando a chave do carro?! 

Nesta igreja onde fui, qualquer irmão de maior poder aquisitivo rapidamente era consagrado ao diaconato e presbitério, quando outros, mais humildes, esperavam a anos um dia poder ser do ministério. Ao encerrar o culto, este pastor, na maior cara-de-pau, me convida a sair do meu ministério, e mudar para o dele. Respondi que até então eu me sentia muito bem onde eu estava. Querendo admitir ou não, a grande maioria dos evangélicos sabe que esta é uma realidade em várias igrejas.

Infelizmente vivemos numa época em que muitas igrejas precisam ser evangelizadas! Vê-se muito corporativismo religioso, porém pouco amor ao próximo. Pessoas são valorizadas, não por aquilo que elas são, mas por aquilo que elas tem. Onde está o amor ágape, que está acima de todas estas coisas?! Qual o sentido de ser cristão, "diferente do mundo", se as nossas atitudes não nos identificar como noiva de Cristo?! 

Se agimos, em termos de valores sociais, igual ao mundo, qual a diferença da igreja com aqueles que não servem a Deus?! Se confessamos a Cristo como nosso Salvador, se anunciamos o evangelho da salvação que transforma o ser humano em uma "nova criatura", se nos vestimos como crentes, se falamos e usamos vocabulário de crente, onde está a identidade de Servo e imitador do Mestre, quando destratamos um irmão por ele não ter um carro do ano, não morar na zona sul, e não dar um dízimo alto?! 

Será que este comportamento irá passar desapercebido aos olhos do Senhor pelo fato de estarmos dentro da igreja todos os dias, presente em todos os cultos?? A Palavra de Deus, a Espada do Espírito, nos dá excelentes respostas!



"Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade". (Mateus 7:22)

"Porque, se entrar na vossa reunião algum homem com anel de ouro no dedo e com traje esplêndido, e entrar também algum pobre com traje sórdido, e atentardes para o que vem com traje esplêndido e lhe disserdes: Senta-te aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Fica em pé, ou senta-te abaixo do escabelo dos meus pés, não fazeis, porventura, distinção entre vós mesmos e não vos tornais juízes movidos de maus pensamentos? Mas se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, sendo por isso condenados pela lei como transgressores". 
(Tiago 2:2-4,9)


"Apascentai o rebanho de Deus, que está entre vós, não por força, mas espontaneamente segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de boa vontade. Nem como dominadores sobre os que vos foram confiados, mas servindo de exemplo ao rebanho".
(1º Pedro 5:2,3)


Denis de Oliveira é pastor da Assembleia de Deus, Ministério Poder de Deus, RJ.


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